E EIS QUE, TENDO DEUS DESCANSADO NO SÉTIMO DIA, OS POETAS CONTINUARAM A OBRA DO CRIADOR.
(MÁRIO QUINTANA)

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

CICLO DAS ÁRVORES (CONTINUAÇÃO)

Árvores
Olavo Bilac

“Olha estas velhas árvores, mais belas
Do que as árvores novas, mais amigas:

Tanto m
ais belas quanto mais antigas,
Vencedoras da idade e das procelas…


O homem, a fera, e o insecto, à sombra delas
Vivem, livres de fomes e fadigas;

E em seus galhos abrigam-se as cantigas

E os amores das aves tagarelas.

Não choremos, amigo, a mocidade!
Envelheçamos rindo! envelheçamos
Como as árvores fortes envelhecem:

Na glória da alegria e da bondade,
Agasalhando os pássaros nos ramos,
Dando sombra e consolo aos que padecem!”

Olavo Bilac



Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac nasceu em 16 de Dezembro de 1865 no Rio de Janeiro, onde faleceu em 28 de Dezembro de 1918.
Foi jornalista e poeta e membro fundador da Academia Brasileira de Letras.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

CICLO DAS ÁRVORES

No meu blog HISTÓRIAS DE ENCANTAR iniciei o ano com um post dedicado à Natureza.

Aqui vou seguir essa mesma linha de pensamento, homenageando a Natureza numa das suas mais expressivas e importantes componentes: as Árvores.

Vou dedicar-lhes três poemas, a que chamarei “Ciclo das Árvores”.
O primeiro, que se segue, é da autoria daquele que considero o Poeta Maior da poesia portuguesa: Luís de Camões.
Os outros dois poemas serão publicados nas próximas semanas.

Árvores
Luís Vaz de Camões

Árvore, cujo pomo, belo e brando,
natureza de leite e sangue pinta,
onde a pureza, de vergonha tinta,
está virgíneas faces imitando;

Nunca da ira e do vento, que arrancando
os troncos vão, o teu injúria sinta;
nem por malícia de arte seja extinta
a cor, que está teu fruto debuxando.

Que pois me emprestas doce e idóneo abrigo
a meu contentamento, e favoreces
com teu suave cheiro minha glória,

Se não te celebrar como mereces,
cantando-te, sequer farei contigo
doce, nos casos tristes, a memória.
Luis Vaz de Camões
Luís Vaz de Camões nasceu em 1524 ou 25, provavelmente em Lisboa, filho de Simão Vaz de Camões e Ana de Sá.
Faleceu em 10 de Junho de 1580