E EIS QUE, TENDO DEUS DESCANSADO NO SÉTIMO DIA, OS POETAS CONTINUARAM A OBRA DO CRIADOR.
(MÁRIO QUINTANA)

terça-feira, 12 de maio de 2009

AMO-TE MUITO, MEU AMOR

Amo-te muito, meu amor

Jorge de Sena

Amo-te muito, meu amor, e tanto
que, ao ter-te, amo-te mais, e mais ainda
depois de ter-te, meu amor. Não finda
com o próprio amor o amor do teu encanto.

Que encanto é o teu? Se continua enquanto
sofro a traição dos que, viscosos, prendem,
por uma paz da guerra a que se vendem,
a pura liberdade do meu canto,

um cântico da terra e do seu povo,
nesta invenção da humanidade inteira
que a cada instante há que inventar de novo,

tão quase é coisa ou sucessão que passa...
Que encanto é o teu? Deitado à tua beira,
sei que se rasga, eterno, o véu da Graça.

Jorge de Sena


Jorge Cândido de Sena nasceu em 2 de Novembro de 1919 em Lisboa.
Faleceu em 4 de Junho de 1978.
Formou-se na Faculdade de Engenharia do Porto, trabalhando na Junta Autónoma de Estradas até 1959, data em que se exilou voluntariamente no Brasil.
A partir daí, desenvolveu uma actividade académica intensa nas áreas da literatura e cultura portuguesas.
Foi catedrático contratado de Teoria da Literatura na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Assis (Estado de São Paulo). Em 1961, transitou para a Universidade de Araraquara, igualmente em São Paulo, como catedrático contratado de Literatura Portuguesa.
Adoptou a nacionalidade brasileira em 1963.

14 comentários:

Anónimo disse...

Má,
ai que coisa linda meu Deus ...
Eu que estou melancólica, rs...
Amei, rs...
Um beijo enorme em seu coração minha linda, e obrigada pela torcida, graças a Deus o pablo está 85 % já está me deixando deoidinha, rs...

Maria Emília disse...

Querida Mariazita,
Que bom trazer à cena Jorge de Sena, com tão belo poema ao seu nosso Portugal.
Um grande abraço,
Maria Emília

Alvaro Oliveira disse...

Olá Mariazita...

Uma surpresa agradável encontrei
neste seu espaço onde predomina
a literatura portuguesa.
Adorei poder sentir que os poetas
lusitanos despertam interesse
e muito especial entre os nossos
irmãos do Brasil.

Devo dizer-lhe o meu OBRIGADO.

Beijos de carinho

Alvaro Oliveira

Mª João C.Martins disse...

Amiga

Não me ocorre qualquer comentário, sobre este poema,que tenha pertinência suficiente para ser escrito.
Sabes, é que alguns poemas apenas se sentem, não se comentam. Tamanha é, a grandeza da alma do poeta.

Bonita e merecida homenagem a Jorge de Sena.

Um beijinho
Conheces aquela frase:
" A amizade é como as estrelas...
Não as vemos mas sabemos que estão sempre lá" ?

Unknown disse...

Querida amiga,
este é um soneto que leio e releio e nunca me canso de o ler.

Beijinhos,
Ana Martins

Fernando Santos (Chana) disse...

Olá, belo poema...Espectacular....
Beujos

EDUARDO POISL disse...

Pensamos demasiadamente
Sentimos muito pouco
Necessitamos mais de humildade
Que de máquinas.
Mais de bondade e ternura
Que de inteligência.
Sem isso,
A vida se tornará violenta e
Tudo se perderá.

(Charles Chaplin)

Hoje passando para desejar um final de semana com muito amor e carinho.
Abraços do amigo Eduardo Poisl.

Cândida Ribeiro disse...

Queriduxinha,

Este poema é lindo! Um amor verdadeiro também é lindo e sente-se na alma.
Um grande beijinho com muito carinho
Tua manita

xistosa, josé torres disse...

Crítico de teatro e de literatura, poeta, dramaturgo, ensaísta, conferencista e além de todos os epítetos, um amante da liberdade, chegando a escrever,(pela falta de liberdade): "É QUASE UM CRIME VIVER"
Penso que esta pequena frase abarca toda uma vida.

Só é pena que os nossos escritores e os que emigraram sejam colocados no esquecimento.
Agora nem adianta falar nisso.
Dentro de poucos anos, as novas gerações nem saberão quem escreveu OS LUSÍADAS.

Gostei de recordar.

Daniel Costa disse...

Mariazita

Pouca coisa li de Jorge de Sena, um livro de que nem me lembro o nome e alguns poemas avulso. Fiquei sempre com a ideia de um grande nome das letras.
O poema que postaste, não foge à regra.

Vou dispondo de algum tempo de antena, em horas mortas, e vou aqui passando, estou pelo Ribatejo.
Em Vila Viçosa apenas passei na vez mencionada no poema, tinha 20 anos. Curiosamente fixei muito da vila, o Palácio só o apreciei de fora.
Foi a primeira vez que vi laranjeiras com laranjas amargas, etc.
O post foi editado inicialmente no blogue Eterna Apaixonada (Helô), Brasil.
Beijos,
Daniel

Sonia Schmorantz disse...

Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos. Não percebem o amor que lhes devoto e a absoluta necessidade que tenho deles.

A amizade é um sentimento mais nobre do que o amor, eis que permite que o objeto dela se divida em outros afetos, enquanto o amor tem intrínseco o ciúme, que não admite a rivalidade. E eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos! Até mesmo aqueles que não percebem o quanto são meus amigos e o quanto minha vida depende de suas existências...

A alguns deles não procuro, basta-me saber que eles existem. Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida. Mas, porque não os procuro com assiduidade, não posso lhes dizer o quanto gosto deles. Eles não iriam acreditar.

Muitos deles estão lendo esta crônica e não sabem que estão incluídos na sagrada relação de meus amigos. Mas é delicioso que eu saiba e sinta que os adoro, embora não declare e não os procure. E às vezes, quando os procuro, noto que eles não tem noção de como me são necessários, de como são indispensáveis ao meu equilíbrio vital, porque eles fazem parte do mundo que eu, tremulamente, construí e se tornaram alicerces do meu encanto pela vida.

Se um deles morrer, eu ficarei torto para um lado. Se todos eles morrerem, eu desabo! Por isso é que, sem que eles saibam, eu rezo pela vida deles. E me envergonho, porque essa minha prece é, em síntese, dirigida ao meu bem estar. Ela é, talvez, fruto do meu egoísmo.

Por vezes, mergulho em pensamentos sobre alguns deles. Quando viajo e fico diante de lugares maravilhosos, cai-me alguma lágrima por não estarem junto de mim, compartilhando daquele prazer...

Se alguma coisa me consome e me envelhece é que a roda furiosa da vida não me permite ter sempre ao meu lado, morando comigo, andando comigo, falando comigo, vivendo comigo, todos os meus amigos, e, principalmente os que só desconfiam ou talvez nunca vão saber que são meus amigos!

Autor: Paulo Santana

Um lindo final de semana!
Abraço

J Araújo disse...

MUito bonito, emocionante mesmo.


Parabéns pela escolha.

Bj

xistosa, josé torres disse...

Passei só para reler.
Por vezes ficamos presos a determinados pequenos pormenores.
Uma boa semana.

Unknown disse...

Mariazita...?
Que amor é esse?
Isso é amor e dos mais puros minha querida.
Esse tipo de amor, que só tem olhos pra pessoa amada e pra mais ninguém.
É amor, que acalma com um simples olhar, e nem de palavras precisaria.
Jorge de Sena eu não conhecia minha amiga e gostei da delicadeza e sutileza nas palavras, doce, muito doce.
Parabéns minha amiga, por sua sensibilidade.
Abraços e carinhos da jady