E EIS QUE, TENDO DEUS DESCANSADO NO SÉTIMO DIA, OS POETAS CONTINUARAM A OBRA DO CRIADOR.
(MÁRIO QUINTANA)

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

AMAR OU ODIAR

AMAR OU ODIAR

Fausto Guedes Teixeira

Amar ou odiar
Ou tudo ou nada
O meio termo é que não pode ser
A alma tem de estar sobressaltada
Para o nosso barro sentir; viver
Não é uma Cruz que não se queira pesada

Metade de um prazer, não é um prazer!
E quem quiser a vida sossegada
Fuja da vida e deixe-se morrer!

Vive-se tanto mais quanto se sente

Todo o valor está no que sofremos
Amemos muito como odiamos já!
A verdade está sempre nos extremos
Pois é no sentimento que ela está.

Fausto Guedes Teixeira(11.10.1871–13.07.1940)

Natural da cidade de Lamego Fausto Guedes Teixeira, o expoente máximo do neo-romantismo na poesia lusófona, ficou conhecido como “Musset português” devido à sua poesia contemplativa e melancólica, claramente influenciada pelo estilo de Alfred Musset, poeta francês considerado o expoente máximo do romantismo clássico.
Nascido no seio de uma família aristocrata – seu pai foi o 1º.visconde de Guedes Teixeira - estudou Direito em Coimbra, onde conviveu com muitos dos mais brilhantes intelectuais da época.
Viveu algum tempo no Brasil e de seguida em Moçambique; no regresso a Portugal fixou residência em Lisboa, onde se manteve por 20 anos. Aí desempenhou, entre outras funções, a de jornalista.
Os últimos anos da sua vida foram passados na sua cidade natal, onde faleceu.
Lamego homenageou-o dando o seu nome a uma rua, e mandando erigir um busto seu em frente à Câmara Municipal.
Também em Lisboa e S. Paulo existem ruas com o seu nome.