
No Dia da Mãe, nalguns países chamado de “Dia das Mães”, instituiu-se o hábito de homenagear a Mãe, cada um a sua em particular, e todas de um modo geral.
Escrevem-se bonitos textos, compõem-se maravilhosos poemas, todos os filhos querendo presentear a “sua” Mãe da melhor forma possível.
Oferecem-lhe uns versos, uma flor, um qualquer presente.
A Mãe é rainha nesse dia que lhe é dedicado.
Contudo, há Mães que não sabem o que é receber um presente dos seus filhos, simplesmente porque eles ignoram que esse dia existe.
A essas heroínas anónimas, essas “Mães Especiais” dedico estas singelas palavras, e para elas elevo, neste momento, o meu pensamento solidário.
É esse mesmo pensamento que me leva a partilhar convosco este “tristemente belo” poema do meu amigo Humberto-Poeta.
Mães Especiais
Humberto Rodrigues Neto
Nos longos vãos dos corredores, ou nos bancos
lá da AACD, mães fatigadas, mas serenas,
ao peito arrimam, sejam claras ou morenas,
míseros filhos mutilados... tortos... mancos!
Precoces rugas pela face... Alguns fios brancos
entre os cabelos, não refletem mais que amenas
e leves provas ante as mudas e árduas penas
de ver um filho se arrastando aos solavancos!
Mas em nenhuma, cujo filho é a inglória palma,
a gente nota um leve ar de oculto pranto,
mesmo um gemido a perturbar-lhe a altiva calma!
É que aos pequenos deficientes Deus quer tanto
que os não confia a quem não traga dentro d'alma
o amor sem termo que há num mártir ou num santo!
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AACD - Associação de Assistência à Criança Deficiente