Lágrima
Amália Rodrigues
Cheia de penas me deito
E com mais penas me levanto
Já me ficou no meu peito
O jeito de te querer tanto
Tenho por meu desespero
Dentro de mim o castigo
Eu digo que não te quero
E de noite sonho contigo
Se considero que um dia hei-de morrer
No desespero que tenho de te não ver
Estendo o meu xaile no chão
E deixo-me adormecer
Se eu soubesse que morrendo
Tu me havias de chorar
Por uma lágrima tua
Que alegria me deixaria matar

Amália Rodrigues
Cheia de penas me deito
E com mais penas me levanto
Já me ficou no meu peito
O jeito de te querer tanto
Tenho por meu desespero
Dentro de mim o castigo
Eu digo que não te quero
E de noite sonho contigo
Se considero que um dia hei-de morrer
No desespero que tenho de te não ver
Estendo o meu xaile no chão
E deixo-me adormecer
Se eu soubesse que morrendo
Tu me havias de chorar
Por uma lágrima tua
Que alegria me deixaria matar

Amália Rodrigues
(1920-1999)
(1920-1999)
Comemora-se este ano o 10º.aniversário da morte de Amália Rodrigues, que ocorreu a 6 de Outubro de 1999.
Contava, à data, 79 anos de idade, já que nasceu em 1920, num dia de Julho que não se sabe ao certo qual foi.
Aquando da sua morte o então 1º.Ministro António Guterres decretou 3 dias de luto nacional.
Amália deixou uma imagem mítica jamais alcançada por qualquer outra personalidade.
Foi considerada a “Rainha do Fado”; e porque este género musical está intimamente associado à cultura portuguesa, devido às suas actuações num infindável número de países
foi também considerada uma das melhores embaixadoras no mundo.
Para a sua excepcional voz escreveram alguns dos maiores poetas e letristas seus contemporâneos, como David Mourão Ferreira, Pedro Homem de Mello e outros.
Amália gostava de “fazer versos” – como ela dizia - que só os amigos mais íntimos conheciam.
Constitui excepção o poema “Lágrima”, que ela própria cantou e o guitarrista Carlos Gonçalves musicou.
Eis o vídeo em que Amália canta o fado “Lágrima”.
Amália Rodrigues - Lágrima